São técnicas
utilizadas para complementar a anestesia da via aérea, acima das
cordas vocais.
Bloqueio do nervo
laríngeo superior
O n. laríngeo
superior, ramo do vago é responsável pela sensibilidade da
epiglote, aritenóides e cordas vocais,
podendo ser anestesiado
no ponto em que transfixa
a membrana tireóidea para o interior
da laringe.
|
Normalmente o bloqueio do laríngeo superior dura de 20 a 30
minutos com o uso de lidocaína simples, mas é possível que se
estenda por até 2 horas se for usada lidocaína com adrenalina.
|
Técnica:
1. Paciente em decúbito dorsal horizontal, com os braços
estendidos lateralmente ao corpo, e a cabeça posicionada em
extensão máxima, com a finalidade de aumentar o espaço entre o
osso hióide
e a membrana tireóidea;
2. Assepsia e localização do osso hióide e cartilagem
tireóidea;
3. Localizar o osso hióide e com cuidado, deslocá-lo para
o lado a ser bloqueado (Figura 1).
A punção é feita com
uma agulha 30X6 dirigida à parte inferior do grande corno do
osso hióide, superior à cartilagem tireóide, o mais
posteriormente possível (Figura 2).
A agulha deve estar a
um ângulo de 45° com a pele.
Figura 1 - Bloqueio do nervo laríngeo superior: punção
dirigida à parte inferior do grande corno do osso hióide, agulha
em ângulo de 45° com a pele.
Figura 2 - Punção dirigida à parte inferior do grande
corno do osso hióide, superior à cartilagem tireóide, o mais
posteriormente possível.
4. Após esse contato, a agulha é dirigida em direção
caudal, o suficiente para desviar do osso hióide. É possível
sentir a resistência de membrana tireóidea ao penetrá-la com a
agulha;
5. Injeta-se 3ml de solução de Iidocaína 1%, sem
adrenalina, depois de uma aspiração cuidadosa;
6. O mesmo procedimento deve ser repetido no lado oposto.
Cuidado:
Nesta técnica, é preciso atenção para não se inserir a agulha
através da cartilagem tireóide, uma vez que sempre há o risco de
injeção do anestésico local nas cordas vocais, causando edema e
possível obstrução respiratória.
A artéria carótida deve ser
identificada e afastada para minimizar o risco de hematomas.
Em raras vezes foram relatadas
complicações com esta técnica, como hipotensão e
bradicardia, que poderiam ser explicadas por:
apreensão
e subseqüente reação vaso-vagal;
estímulo
doloroso;
pressão
digital no seio carotídeo contra-lateral;
excessiva
manipulação da laringe desencadeando reflexo vagal;
injeção
intravascular acidental de anestésico local;
estimulação
direta de ramo do nervo vago pela agulha.
As contra-indicações do bloqueio do nervo laríngeo superior
são:
anatomia
desfavorável;
infecção
local; presença de tumor;
coagulopatia
e risco de aspiração do conteúdo gástrico.
topo da página
Bloqueio do nervo glossofaríngeo (IX par)
O nervo
glossofaríngeo é responsável pela sensibilidade da mucosa oral e
faríngea, e também do terço posterior da língua. Seu bloqueio
minimiza o reflexo do vômito, o chamado “gag reflex”.
Bloqueio do nervo glossofaríngeo – abordagem posterior
1. Paciente em posição sentada, com abertura máxima da
boca.
Instilar anestésico tópico na cavidade oral e na língua.
2. Expor os pilares amigdalianos através de um abaixador
de língua.
3. Introduzir agulha amigdaliana 23G (aproximadamente
1cm) no ponto médio do arco palatofaríngeo, na mucosa lateral da
faringe (Figura 3).
Figura 3 – Injeção do anestésico local no ponto médio do
arco palatofaríngeo,na mucosa lateral da faringe.
4. Após cuidadosa aspiração, injetar 3 ml de lidocaína 2%
com adrenalina.
Algumas complicações têm sido relatadas como:
cefaléia;
abscesso faríngeo;
paralisia
dos músculos faríngeos com obstrução respiratória; hematoma;
arritmias,
convulsões e injeção intra-arterial.
5.
Repetir o mesmo procedimento no lado oposto.
|